
Não suspenda o glúten por conta própria!

Na rotina do consultório, é muito comum nos depararmos com pacientes que relatam sintomas desagradáveis ao ingerir alimentos que contenham glúten.
Os sintomas mais comentados são:
🔸 distensão abdominal;
🔸diarreia;
🔸dor abdominal.
Tão comum quanto as queixas, são os pacientes que decidem restringir o glúten por conta própria, sem antes se submeterem a uma investigação adequada.
⚠️Será que uma avaliação médica é realmente importante nesses casos? A resposta é COM CERTEZA!
Em primeiro lugar, quero citar que há enormes diferenças entre pacientes portadores de Doença Celíaca e pacientes com Sensibilidade ao glúten não celíaca! 👉A diferenciação entre essas duas condições é super importante para o manejo e acompanhamento desses pacientes.
A doença celíaca é uma condição potencialmente grave, em que o paciente deve realizar restrição absoluta de glúten. O cuidado precisa ser tão rigoroso que inclusive deve-se ter atenção com a possibilidade de contaminação cruzada de alimentos!
O controle inadequado da doença leva a quadros de:
🔸 má absorção;
🔸deficiências nutricionais;
🔸infertilidade;
🔸aborto de repetição;
🔸osteoporose;
🔸e, de forma mais grave, aumenta o risco de linfoma - linfoma de células T associado a enteropatia (EATL).
A sensibilidade ao glúten não celíaca é uma condição benigna cujo sintomas são semelhantes à síndrome do intestino irritável mas sem potencial evolutivo mais grave. Além do glúten, outros potenciais culpados dessa condição são os ATIs e os frutanos (ricos em FODMAPs ), todos componentes do trigo e de outros cereais que contêm glúten.
Para o diagnóstico de ambas as condições, é fundamental que os pacientes estejam consumindo o glúten normalmente. Caso contrário, os marcadores sorológicos e até mesmo a biópsia de delgado não serão confiáveis.
Em caso de sintomas relacionados à ingestão de glúten, não deixe de consultar um médico para o diagnóstico correto!
Fonte: European Society for the Study of Coeliac Disease (ESsCD).